quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Inferno

Quando era menino, muitas vezes a minha catequista (que Deus em quem piamente acreditava a tenha em descanso) a quem agradeço muitos e bons conselhos, descrevia-nos e mostrava-nos o Inferno (no Catecismo que todos possuíamos) como um lugar de enormes labaredas, onde iam parar, depois de morrer, aqueles que se portavam mal, que roubavam, que matavam … que faziam uma série de coisas que nos dias de hoje dão direito a pena suspensa ou nem isso. (Ainda bem que hoje a catequese é dada de outra forma, mas ainda mal que se perderam alguns valores fundamentais)
Não sei se devido ao procedimento da minha catequista, ou por outra qualquer razão, fiquei com medo das labaredas, para mim ainda símbolo de inferno, não daquele de que me falava a velha e respeitável senhora, mas de um outro que dá pelo nome de FOGOS FLORESTAIS, a que todos os anos, sem excepção, vamos assistindo, com os nossos governantes a justificarem-se e a regozijarem-se quando ardem menos uns metros que no ano anterior…
Fico confuso quando me ponho a pensar nas medidas preventivas que os sucessivos governos vão adoptando, no combate aos incêndios florestais. Os “números” já não são coisa para brincar e (talvez) daí a dificuldade de “mexer” neste assunto, mas na minha cabeça continua a pairar uma dúvida que me atormenta há vários anos: Estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para minorar esta calamidade? (Quem souber que responda, se assim o entender e souber).
Fico espantado quando ouço alguns “porta vozes” dizer, com a maior naturalidade, coisas do género: o incêndio foi considerado extinto, não arderam casas nem houve feridos nem mortos… Claro que todos devemos ficar muito felizes quando não há ferimentos nem perda de vidas humanas, mas às vezes até parece que a floresta só serve para arder e justificar os meios de combate aos incêndios…
O inferno já começou! Quem dera que, das Alturas, Deus ilumine os nossos governantes para encontrarem novas soluções…
Será que a nossa floresta incomoda alguém?!
Eu sei que estas coisas da Economia não são para todos, mas mesmo assim, atrevo-me a dizer que aproveitar as nossas florestas para produção de biomassa sempre havia de ser mais barato do que deixar a floresta arder, colocar em riso pessoas e bens, pagar para apagar os incêndios e importar a energia que precisamos… Do Ambiente, nem é bom falar! Limito-me a dizer que os responsáveis pela área, são um belo naipe de cidadãos” muito avançados”…

terça-feira, 27 de julho de 2010

Vai querer factura?

Não é meu hábito parar nas estações de serviço das auto-estradas, porque não nasci vocacionado para alimentar “papões”… Pagar o dobro (ou mais) por uma qualquer sandes, rissol, croquete, bolo ou bebida não são coisas do meu apetite, se não for mesmo obrigado a tal, o que já aconteceu algumas vezes.
Combustível costumo meter onde há empregados a servir, mesmo pagando mais uns cêntimos por litro. Relativamente às bombas das auto-estradas ainda fico a ganhar, porque, não sei se é por dificuldades de acesso dos camiões cisterna às bombas ou por que raio de coisa é que é, o pequeno empresário de umas bombas situadas “atrás do sol posto”, num local de caminhos estreitos e de mau piso, consegue vender os combustíveis mais baratos, (pagando a empregados), do que os “senhores” da auto-estrada com auto-serviço…
São os “tubarões”, vampiros que, até há pouco tempo, fechavam os olhos à “concorrência” dos pequenos e dos médios, mas que agora já comem peixe graúdo, quando isso serve os seus desígnios de “cartel monopolista”.
O que acabo de dizer serve apenas para introduzir o tema da “conversa” de hoje, que tem a ver com o direito que temos (ou devíamos ter) de receber uma factura do que compramos, sem ter que a pedir.
Da última vez que me abasteci de gasóleo numa estação de serviço da A25, (hoje), quando me dirigi ao guichet de pagamento fui surpreendido com a pergunta: Vai querer factura? Tendo respondido afirmativamente, a menina perguntou-me se sabia o número de contribuinte, que lhe disse de imediato, porque sei de cor… Sem mais conversa entregou-me o talão do multibanco e a factura correspondente, eu fui à minha vida e ela lá ficou certamente a fazer a mesma pergunta aos clientes seguintes!
Deduzo, pela pergunta que me foi feita, que os senhores das bombas de combustível não dão factura a toda a gente, o que para mim que tenho dúvidas e me engano muito, significa que a “rapaziada” está a vender sem facturar… Peço a quem saiba que me esclareça, porque esta coisa das leis não é matéria acessível a todos. E da fiscalização da lei, isso então é o cabo dos trabalhos… (excepção feita para os zelosos militares da Brigada de Trânsito, sempre atentos a alguns prevaricadores do álcool, da velocidade e dos cintos de segurança e de outros atropelos às leis do trânsito).
Provavelmente por culpa minha, não me tenho apercebido de grande “empenhamento” da DECO na denúncia da “pouca vergonha” que são as actualizações dos preços dos combustíveis… O Governo também não me parece preocupado com este assunto… Doutas opiniões concluíram que não há cartel nos combustíveis…!
Eu que sou uma pintinha cósmica neste Portugal lindo e tão maltratado apenas clamo das profundezas da minha insignificância: Metam a “arraia miúda, média e grande” na ordem, mas não fechem os olhos a estas atrocidades dos gigantes. É tremendamente injusto e parece muito mal.
Assim, as fotografias dos políticos continuam a ficar tremidas!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

ME(rd)GA…

Apesar da nossa pequena dimensão somos um País de MEGAS. Depois dos mega -superfícies, das mega - esquadras, das mega -fraudes, dos mega -corruptos e de outras merdgas similares, chegou a vez dos mega - agrupamentos de escolas. Segundo parece podem pertencer a cada agrupamento até 3.000 alunos, mas sabendo nós da flexibilidade do ME relativamente às questões pedagógicas, não me admira que dentro em breve tenhamos um zeloso Director a gerir “desertos pedagógicos” de 5.000 crianças e jovens dos 3 aos 18 anos…
Apetece-me perguntar à srª ministra como é que, numa escola com tantos “defeitos” ela aprendeu a ler, a escrever e a contar e mais tarde conseguiu articular estes saberes para se tornar ministra…
A avaliar pelo que tem vindo a ser feito (que está a ser abandonado por outros países) o nosso sistema de ensino era mesmo muito fraquinho. Se não fossem estes “novos iluminados” que nos últimos anos têm abandonado todas as (muitas) experiências pedagógicas e administrativas, (algumas da sua própria autoria) Portugal estava em maus lençóis. Graças ao seu arrojado esforço e competência conseguimos estar no honroso lugar da cauda europeia…

Será demasiado uma escola de 500 alunos ter um director e uma gestão, que acompanhe de perto a vida da escola e resolva, em tempo pedagógico útil, os problemas diários?

Considero as justificações encontradas para a implementação dos mega agrupamentos muito semelhantes àquelas que Bush e Blair encontraram para invadir o Iraque e iniciar a guerra sangrenta que muito lamento: Invadiu-se o Iraque para servir muitos e variados interesses menos o interesse do Povo Iraquiano. Também os mega agrupamentos servem muitos e variados interesses menos aquele que deviam: o Interesse dos alunos!
O sonambulismo cívico dos portugueses é preocupante nesta e noutras matérias. Diariamente são feitos ferozes ataques aos princípios democráticos que Abril de 1974 nos trouxe e nós, impávidos e serenos, entretemo-nos a ver a banda passar
Alguém anda a investir na desvalorização da escola pública através da criação de uma conflitualidade permanente em que os alunos regressam à condição de números. Nesta selva, quem é que está preocupado em saber quem é o 30 do 9º A ou o 35 das “novas oportunidades”?!

Muitos dos novos directores dizem discordar do processo, mas (hipocritamente) aceitam o cargo… (é bom demais para perder!) Com um ar de enfado, aceitam entrar no comboio que viaja em marcha atrás, na procura do próximo “apeadeiro”…

Ainda ninguém se lembrou (para poupar dinheiro) de fechar as escolas todas e optar pelo ensino à distância? Poupava-se em tudo e quase não eram necessários professores… Os dispensados iam para a reforma com penalização e entretinham-se a tocar saladas frias de bacalhau… enquanto o senhor Presidente, os senhores governantes, os senhores deputados e seus séquitos não sujeitarem tal actividade ao pagamento de impostos…
…e o polvo não se engana sobre a pérola que vai comer.
…e o povo acredita!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Que chatice…

Que chatice a nossa Constituição obrigar o “ex-futuro e muito promissor” Passos Coelho a ganhar as eleições para ser primeiro-ministro! Era bem mais fácil que o pudesse ser, levado ao colo pelo Presidente da República, por direito divino, por magia ou coisa parecida…
Este “arauto da desgraça e do desânimo colectivo” que é e não é, não anda nem desanda, não cúpula mas não sai de cima, não é carne nem é peixe, não sabe se quer ou não quer, entre outros “atributos” revelados, decidiu ombrear com Paulo Portas na conquista do título da cretinice política. (dos PCs, Verdes e Bloquistas falaremos um dia destes)
Quem o ouvir, sempre sem grande convicção como é seu timbre, até parece que os males do nosso País resultam da Constituição que temos…
É bem visível que, depois das sondagens o terem colocado à frente nas decisões de voto, Passos Coelho não voltou a ser o mesmo. Pensando, em minha opinião errada e prematuramente: “o Povo já está no papo” desatou a fazer uma serie de asneiras, bem demonstrativas do seu carácter e que apontam os caminhos por onde pretende enveredar. (vamos esperar para ver o que resulta depois de o PSD analisar as propostas de revisão da Constituição de sua responsabilidade…)
O Delfim deixou estalar o verniz e começou a cavar a sua própria cova. Entrámos no início da “derrocada”.
Todos sabemos que o PSD não quer governar nesta altura difícil e para isso acontecer tem que haver crise interna… Santana Lopes e Marcelo já deram o mote. Alguns barões já começaram a fingir que estão a perder a paciência com as birras do menino. Começou o ataque! (que vai permanecer mudo por mais uns tempos, para salvaguardar os “segredos e interesses partidários”).
Passos Coelho teve o “azar” de nascer em Portugal que tanto condena e desvaloriza, mas que queria governar. Nós (por enquanto) termos o azar de ter que o aturar, por mais uns tempos!
Espero que o PS olhe à sua volta e no seu interior e saiba estar à altura das circunstâncias. Se isso acontecer, o PSD vai ter que esperar sentado.
Nestes últimos dias deu para ver mais nitidamente que com Sócrates “eles comem (quase) tudo” mas com o PSD de Passos Coelho “eles comem tudo e não deixam nada”.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Triunvirato.PP

Paulo Portas quer regressar aos tempos antes de Cristo. (início da década de 50 a.C.)
A ideia de um triunvirato para ”salvar” Portugal só podia mesmo ser da autoria do Paulinho das feiras (como lhe chama a minha vizinha, que é sua incondicional fã). Inspirado no exemplo Romano, Portas encontrou uma forma brilhante de chegar ao poder, sem que para isso os Portugueses o tenham escolhido, bem como ao Partido que lidera. Aquela cabecinha pensadora não pára de surpreender-nos a tirar coelhos da cartola e mesmo já fartinho de dar provas de idoneidade e honestidade política (sobre as outras não quero pronunciar-me agora) ainda há quem tenha paciência para suportar as suas “diarreias mentais”.
Os triunviratos da antiguidade surgiram também em tempos de graves crises, mas desde essa altura até hoje as coisas evoluíram noutro sentido. Há mais de 2000 anos as coisas eram diferentes… Hoje existe em Portugal uma Democracia que permite ao “propriamente dito” viver no bem bom e dizer o que lhe apetece e até “conspirar” contra ela, mas que faz do voto a sua essência. Quem quer governar, precisa de ter para isso o voto dos Portugueses e se, com muita pena minha, isso alguma vez acontecer com PP, não teremos outro remédio senão aturá-lo, mas até lá: reduza-se à sua insignificância, senhor deputado!
No douto pensamento deste analfabeto democrático, as eleições não são necessárias e a lei só é para cumprir quando nos der jeito. (É por isso que estamos assim, com a Justiça a funcionar como todos sabemos)
Há problemas? As lideranças não se entendem? A Assembleia passa o tempo a fingir que resolve? O governo passa o tempo a fazer de contas que faz?... Para o “menino PP” tudo se resolve num clique: Arranja-se ali uma negociata e, na hora, encontra-se a solução para a crise. Num golpe de magia com os três partidos “triunvirados” a crise foge para longe… como se o problema estivesse na falta de entendimento dos líderes partidários! O problema da nossa Democracia que afecta gravemente o País é o OPORTUNISMO que faz com que, no seu interesse próprio, os líderes da esquerda se “travestizem” de direita e vice-versa (com a desculpa demagógica e esfarrapada de esquerda e direita serem conceitos ultrapassados, do interesse nacional estar em primeiro etc. etc.…).
Antes de olharem para o País muitos dos senhores deputados da Nação e membros do Governo olham apenas para si próprios, e quando isso dá jeito, para o partido a que pertencem (que em muitos casos os sustenta). Obviamente que com gente desta, Portugal não consegue ultrapassar a mediocridade em que vivemos há várias dezenas de anos, a ver a banda passar…
Numa análise que não pretende ser exaustiva, o que o líder do PP propõe não anda muito longe de uma brincadeira de garotinhos, no Adro da Igreja… Fazem-se uns bilhetinhos com nomes de personalidades do PS, do PSD e do PP e sorteiam-se os ministros, secretários, subsecretários, assessores e outros doutores que integrarão o novo Governo.
O Primeiro-Ministro será do PS para arcar com o peso das responsabilidades de governar mal. Não pode ser José Sócrates, porque PP não gosta dele.
O Ministro das Finanças será Paulo Portas, para ver se fica resolvida aquela bagunça dos submarinos, da Moderna e outras pequenas coisitas.
Passos Coelho será o Ministro da Presidência para poder continuar a tentar explicar os motivos porque colabora sem colaborar.
Dias Loureiro, Isaltino Morais, Fátima Felgueiras, Alberto João, Valentim Loureiro, Ferreira Torres, Vale e Azevedo integrarão também o elenco governativo… (Por falar nisso, porque não temos ouvido falar desse arauto da inocência com bons padrinhos, que dá pelo nome de Dias Loureiro?)
A demagogia para chegar ao poder de qualquer forma não tem limites. As manobras de bastidores para dividir o “pouco bolo que resta” continuam… O Zé que se cuide, porque com as novas leis gay, qualquer dia começa a achar normal que lhe danifiquem o orifício!
Vamos aguardar pelos próximos desenvolvimentos, agora que parece ter acabado o estado de graça de Passos Coelho.
Precisamos de estar atentos e com calma e “não trocar o corpo pela alma!”

quarta-feira, 14 de julho de 2010

CR 007

O mais recente James Bond do nosso futebol, parece-me, está a correr, em alta velocidade, para o abismo… O seu novo treinador terá uma palavra a dizer sobre isso, mas considero que há poucas probabilidades de aquela cabecinha conseguir perceber que há mais vida para além do futebol e dos milhões que ele proporciona a alguns (poucos). Não será, também, fácil, ele compreender que a dimensão do Homem vai muito para além do dinheiro e daquilo que ele pode proporcionar
O seu êxito, até ao momento, parece-me estar mais ligado à “repetição” do ao seu talento e criatividade. Arriscando alguma grosseria, direi que, sem a bola nos pés, CR pouco vai além de um bronco…Infelizmente para a equipa Portuguesa no Mundial, CR não passou de um jogador vulgar, previsível, sem ser qualquer mais-valia…Mas isso nem é o mais grave… O que para mim é verdadeiramente preocupante é a imagem que passa para os nossos jovens e que, na minha opinião, constitui um péssimo exemplo, de menino caprichoso, mimado e irresponsável, transformado em ídolo.
O tempo que dedica ao “mundo sem bola”converteu-o num iletrado, prisioneiro de hotéis de luxo, noitadas, namoradas bonitas e famosas, representante de um novo-riquismo que, também, alimenta uma série de parasitas.
Não faço ideia de quem o meteu nesta “alhada” relacionada com o seu filho que anunciou há dias, como de uma mercadoria se tratasse, já prontinha para render milhões uns dias depois de nascer… O “mistério” acerca da mãe que o gerou serve para fazer render o peixe. Tudo há-de ser desvendado, mas a conta gotas, à medida que a “cotação” for subindo, provocada pela curiosidade mórbida de uma boa parte dos humanos.
CR, relativamente a este assunto pôs a nu a sua “maturidade” e sentido de responsabilidade. Mostrou o homem que não é, pois converteu em “mercadoria” um “filho?”que devia ser o seu maior bem deste mundo, a que não pediu, a ninguém, para vir
A criança, que já vale não sei quantos milhões, certamente trocaria esta “salsada” toda por uma vida tranquila com um pai e de uma mãe que o amassem e acarinhassem.
O mundo está a ficar muito complicado com as loucuras que o dinheiro permite e com a falta de ética na utilização da ciência. Estamos perto da ausência de limites, para o que quer que seja. Vale tudo desde que seja para converter em dinheiro…
A falta de ética está no top, o dinheiro é Deus, mesmo para os crentes no Deus Pai!
Antes que seja tarde, temos que fazer parar esta “moda” de desumanizar. A imprensa pode e deve desempenhar um papel relevante neste combate. Não poderá, para isso, deixar-se arrastar por sensacionalismos doentios que corroem as práticas sociais e contribuem para que a anormalidade se banalize, se torne normal…
Feitas em nome dos avanços da ciência, aquelas “trapalhadas” de brincar com a vida humana, em clínicas para gente rica, são sinal de uma falta de ética deplorável que, se continuarem, arrastarão a nossa Civilização para a decadência e morte.
A atitude de, por “capricho”, obrigar um filho a viver sem mãe, é um forte indício de atraso mental.

Mesmo não sendo um fervoroso crente, ouso dizer: - Não lhes perdoeis Senhor, porque eles sabem o que fazem!

terça-feira, 6 de julho de 2010

RUA 229

Peço desculpa aos leitores por estar a escrever pela terceira vez sobre a Rua 229, mas o motivo tem a ver com a minha incapacidade para perceber a intervenção que se fez na antiga Estrada 229, a não ser na medida em que a cidade de Viseu (e muito bem) está a criar condições para se tornar uma grande cidade que vai expandir-se na direcção do Sátão, por força da localização da Zona Empresarial de Mundão… Chegará o dia, se esta hipótese se confirmar, em que a actual Rua 229, se transformará em Avenida ( por força do prestígio do patrono) e ser-lhe-á dado o nome Dr. Fernando Ruas… (Lá estarei para aplaudir)
Vendo as coisas por este prisma, a obra admite-se, na medida em que estão a ser feitas algumas infra-estruturas que resolvem alguns problemas dos actuais residentes e até podem ir promovendo a fixação de novos agregados. Mas se alguém me diz que aquele dinheirinho todo que ali se está a gastar (e é muito, embora não saibamos quanto, porque a empresa que adjudicou as obras, pelos vistos foi dispensada por alguém de colocar aquelas placas identificadoras da obra) é para promover os concelhos de Sátão e os outros que, pela sua situação geográfica, a ele terão que ficar ligados, o melhor é virar a boquinha para outro lado, porque isso, para mim, é uma grande e lamentável mentira . (maior que a linha do TGV, que deixou de ser a estrela da companhia do Passos). O desenvolvimento desses concelhos exige uma ligação rápida à A25, que a actual Rua 229 não possibilita, nem pouco mais ou menos.
Temos que exigir, rapidamente uma ligação rápida à A25, sob pena de, a curto prazo, esta zona se transformar num deserto, pois só por milagre algum investidor vem para estas bandas. Não adianta andar a gastar dinheiro em zonas industriais (ou empresariais) sem garantir boas condições de acesso, que não penalizem a nossa competitividade. Tudo o que se diga em contrário é pura demagogia e só favorece os fazedores de elefantes brancos, de que o nosso País está inundado, por obra e graça da competência dos políticos que elegemos.
Passa-se o tempo e gasta-se a virtude a ver a banda passar e a discutir SCUTs, mas não se ouve falar dos “desgraçados “ que estão isolados, algures no interior do País… Nós sabemos que os mui ilustres membros dos Governos e não menos ilustres Deputados da Nação pernoitam em Lisboa, mas é dever de todos combater as vergonhosas assimetrias que ainda se verificam e que dia a dia se agravam. Volto a renovar o meu apelo, desta vez dirigido aos Deputados eleitos pelos Distritos de Viseu e Guarda, para que olhem pelo Interior e não se deixem ofuscar pelo brilho das luzes da ribalta.

PS – Já agora, alguém me diz em que medida é que a Rua 229 melhorou a segurança e o tempo de acesso dos utilizadores. Aqui fica o desafio para alguém se chegar à frente… desde que não seja para me dizer que o piso foi todo substituído (desnecessariamente, em minha opinião, se era para fazerem uma Rua). Se for para falar das curvas do Fojo, o melhor é enviar-me antes uma cinta, porque tenho medo de fazer uma hérnia a rir-me.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vamos a banhos…

Antes que o País morra, devido à “medicação” que os nossos “cirurgiões” eleitos e nomeados prescreveram para a saída da crise, muitos portugueses estão a aproveitar para ir de férias, (cá dentro e fora), alguns carregando o “fantasma” de que poderá ser a última oportunidade de o fazerem nos próximos anos.
Os indicadores são pouco animadores, com o nosso primeiro-ministro a queixar-se de ser o único a puxar à “carroça”, Cavaco a dizer que estamos numa situação insustentável e Passos Coelho a dizer “coisa nenhuma”, que não sejam ideias soltas para serem inscritas num “compêndio de hipocrisia”, que mais tarde ou mais cedo o povo vai acabar por “adoptar”, mesmo sabendo que no minuto seguinte se vai arrepender. (Muitas vezes o voto funciona como uma “vingançazinha” por termos sido enganado por aqueles em quem acreditámos.)

O pouco que sei de economia e finanças diz-me que se continuarmos neste caminho, poderemos não morrer da doença, mas muito provavelmente morreremos da cura.
Gostaria que alguém me explicasse como é que Portugal vai sair da crise, quando não se descortina o combate às suas verdadeiras causas (estado da justiça, corrupção, falta de planeamento, despesismo…) e onde o desemprego coloca em sérias dificuldades meio milhão de pessoas activas, com mais de 20% da nossa juventude qualificada na “prateleira” …
É preciso ter coragem para tomar medidas de curto, médio e longo prazo, que recoloquem Portugal no Mundo e permitam recriar o SONHO.
Parece-me, sinceramente, que com estas medidas não vamos a lado nenhum.
Queremos ser carne e peixe ao mesmo tempo (ser democratas e, simultaneamente, ditadores); queremos uma determinada coisa , mas também a contrária, (golden share na PT), queremos agradar a Gregos e a Troianos (políticas sociais), queremos sol na eira e chuva no nabal (SCUT), queremos o milagre de poupar sem cortar na despesa, queremos tudo hoje, mas amanhã já não queremos nada…

Mas nem tudo é mau, felizmente! Há alguns indicadores que nos animam… Não tenho conhecimento de nenhum filho de ministro, secretário, subsecretário, sus, sub sus, sub que esteja desempregado. Existem bons apoios para algumas empresas e também me consta que a Justiça por vezes funciona a bom ritmo. Há muita coisa boa em Portugal, o problema é que, na hora da verdade, uns são mais portugueses do que outros.

Não tenho grandes motivos para acreditar que a crise está a contribuir para que no nosso País se “construa” uma nova mentalidade, designadamente nas elites e, é pena, pois com bons exemplos , há muita gente disponível para ser o ombro…
É claro que não se pode confundir trabalho com conhaque, mas a Justiça nunca poderá ser confundida com conversa da treta!
O dinheiro nunca pode ser “o Deus que nos governa” … e os que acumularam riqueza que não justificam, não podem ser confundidos com profetas…
Temos que acreditar num mundo novo e não nos deixarmos morrer da cura!
Aproveitemos as férias para pensar na nossa vida e no nosso futuro colectivo!