quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Diarreiamente falando…

Numa tentativa, nem sempre conseguida, de não me deixar abater pela crise, continuando a sorrir, mesmo sabendo que serei mais um condenado a pagar os luxos da elite, pus-me a magicar o que aconteceria se os nossos políticos ficassem todos, ao mesmo tempo, de diarreia… Diarreia a sério, porque das”mentais “nós já conhecemos, infelizmente, o resultado!

Todos já sabem (excepto Passos Coelho e muito poucos mais) o que se vai passar na Assembleia, relativamente à aprovação do Orçamento de Estado para 2011, mas é completamente imprevisível o que aconteceria se desse uma dorzinha de barriga, daquelas que não dá para encolher, a todos os senhores deputados, no minuto antes da votação …

Se tal acontecesse, (cu diabo seja surdo!) será que aguentavam firmes e hirtos?
As mui respeitáveis senhoras usariam o polegar e o indicador para apertar os seus belos narizes, como faz a aristocracia no Bolhão, quando finge que está a cheirar o peixe, ou utilizariam outros dedos?
E que perfume se sobreporia aos demais?
Os senhores deputados dos vários géneros, no momento da votação limitar-se-iam a levantar o braço, como habitualmente, ou ficariam agarrados às barriguinhas, tentando evitar o pior?
Correriam em debandada para as casas de banho, sem olhar às placas identificativas H ou M e sem dar prioridade às damas?
Aliviar-se-iam no local, utilizando depois o jornal acabado de ler?
E quanto a sonoridades? Seriam idênticas ou daria para distinguir os diferentes assentos parlamentares?
As sonoridades governativas seriam em mono ou em stereo?
E como reagiriam as galerias quando se apercebessem que era m… autêntica da “realeza”e não uma qualquer, de marca falsificada, e que afinal… cheirava mal?

Sinceramente não faço ideia do que aconteceria, mas cultos, sensatos, educados e inteligentes como são, arrisco afirmar que os senhores deputados da nação dariam primazia ao Governo (cortesia com os convidados) e optariam por se dirigir ordeiramente às casas de banho, cumprindo o plano de evacuação existente obrigatório, procurando ser breves, retomando a votação apenas quando todos estivessem presentes, dando assim ao país e ao mundo uma lição de civismo e boas maneiras...

A verificar-se esta hipótese, seria imperdoável que os senhores deputados e os senhores governantes, depois do serviço, se esquecessem, como fazem com o País, de lavar as mãozinhas (mãos limpas é bonito) e as boquinhas (porque mentir é sujinho e pode provocar mau hálito).
Os “ainda machos” que o não tivessem feito em casa, deveriam aproveitar a oportunidade para colocar um preservativo, evitando assim uma gravidez geral dos que já sobrevivem com dificuldades!

Por uma questão de poupança, só o último deveria puxar o autoclismo, salvaguardando, evidentemente, o risco de se afogarem na dita, devendo, neste caso, o seu acto ser considerado emergência, não passível de qualquer penalização, à semelhança do que acontece quando tentam enganar-nos.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

… e nós a vê-los passar!

Todos os portugueses já se aperceberam que o PSD não quer governar Portugal. Na eventualidade de ganhar as eleições antecipadas (é uma possibilidade em que não acredito, mas que admito), teria que governar sem maioria absoluta e como tal seria obrigado a fazer tudo igualzinho ao que faz Sócrates agora, acrescido de muitas outras medidas destinadas a satisfazer a sua clientela, que, evidentemente, não brinca em serviço e muito menos tolera que ofendam o seu Deusmoney…
Passos Coelho é o encarregado de fazer a “triste figura” de não saber o que quer, enquanto os “gulipões” espreitam atrás da cortina à espera do 2º acto da peça “Portugal de rastos” que retrata a sua esperança de Portugal se tornar ingovernável, para surgirem como salvadores, entregando, se tal julgarem necessário, o nosso destino colectivo nas mãos de ditadores da sua confiança…
Para consumo interno, com vista à conquista do poder, no seu intuito de descredibilizar o governo (que não ilibo de muitas culpas) ajudam, dia após dia, a construir internacionalmente uma imagem negativa de Portugal, mesmo sabendo que ela não se apaga com a sua chegada ao poder… Na mesma linha de pensamento, Paulo Portas prossegue na sua cruzada depreciativa. Ele sim, queria governar! (mas, felizmente, os Portugueses dispensam-no dessa tarefa!)
Enquanto a banda toca (e o bando canta), aguardamos com alguma impaciência o próximo orçamento de Estado, esperançados que o PS dê sinais inequívocos de rigor e transparência e de combate ao despesismo público, sem embarcar na lógica neoliberal radical, que a direita defende e à qual estão a aderir alguns “doutores”, cujas famílias ainda há poucos anos dividiam uma sardinha para três, num país de meia dúzia de grandes senhores, com as arcas do Estado a abarrotar de ouro.
Por falar em ouro, ouvi dizer que ainda temos reservas para pagar a dívida, mas isso, a ser verdade, não é de interesse nacional, pois não? Não resisto a evocar aqui a memória de um velho, rico e já falecido que dizia: “Adoro emprestar dinheiro aos pobres, mas só àqueles que tenham bens que não consigam transformar em riqueza”.
No dia em que Portugal não tenha com que pagar a dívida externa, os investidores não sobem os juros; com ou sem perdão, deixam de emprestar dinheiro! O que eles querem é um País à medida das suas exigências especulativas. Como e de onde vem o dinheiro para lhes pagar, isso não lhes importa.
É por isso que precisamos de um governo a sério, que invista na produção de riqueza, com dinheiro emprestado, (por que não?), liderado por alguém com requisitos que Passos e Portas, em minha opinião, não reúnem. O PSD parece não ignorar esse facto e daí resulta o Portugal de hoje, até que Sócrates se decida por uma lufada de ar fresco! Só pode ser ministro quem respeita e faz cumprir as regras estabelecidas. Como diz a minha vizinha “quem não tem c não se mete a p…” a despesa pública tem que baixar, até para dar o exemplo, mas por favor não peçam mais àqueles que trabalham e vivem com dificuldades. Levantem os olhos, olhem para cima!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

UE

Sabendo que somos um país de rara beleza, talvez o mais acolhedor e mais simpático da Europa, os outros países europeus, com a hipócrita Alemanha à cabeça, (na sua ânsia de conseguir pela via económica e financeira fazer aquilo que não conseguiu pela guerra), tentam evitar a todo o custo que Portugal se desenvolva rápida e sustentadamente, porque sabem que se tal acontecer a entrada de divisas resultante do turismo e de possíveis investimentos, rapidamente ajudará a equilibrar as nossas contas e possibilitará que deixemos de lhes prestar vassalagem e passemos a impor-nos, também, pela nossa privilegiada situação geográfica e da nossa relação com o mundo, onde os nossos ilustres antepassados deixaram marca indelével, nem sempre a melhor, é certo, mas que tem a vantagem de ser dita em Português…

Os nossos incompetentes políticos (salvo raras excepções), depois do 25 de Abril, não souberam aproveitar a nossa ligação com o mundo, talvez por estarem mais preocupados com o seu umbigo do que com uma visão estratégica de Portugal… (que eu saiba as nossas Embaixadas e Consulados, vivem quase exclusivamente para recepções e banquetes, necessários, mas não suficientes para os fins que deviam perseguir). Relativamente aos países de língua oficial (e não oficial) Portuguesa, qualquer pacóvio faria o mesmo que têm feito os nossos eruditos ministros dos negócios estrangeiros e da cultura, dos sucessivos governos, para falar só nestes…Os quatro cantos do mundo são uma espécie de exílio dourado para onde se enviam os “excessos”, seja por motivos “de incómodo” ou outros

Nos últimos tempos, O PSD, o CDS e não só, com o jejum de poder a que têm sido forçados pelos eleitores, optaram por um discurso miserabilista e depreciativo de Portugal, enquanto o PS, envaidecido e surdo, foi “esquecendo” alguns princípios a que a Democracia obriga, facilitando o trabalho ao grande capital, que aproveitou a oportunidade de mostrar as suas garras, colocando-nos numa posição de “calças na mão” graças a meia dúzia de analistas, que consoante acordam com o cú virado para a lua, ou não, influenciam e decidem o valor dos juros que temos que pagar pela nossa dívida externa…

Quem tolera e quem fomenta esta especulação vergonhosa, numa “União” de Estados?
O dinheiro só é deus (absoluto) enquanto não reinventarmos outros…
Se uma qualquer catástrofe se abater sobre um qualquer “país UE vai ter que pedir dinheiro aos especuladores para se reerguer? Responda quem souber!

Portugal tem que assumir culpas pelo descalabro das contas públicas, mas ainda continuo à espera que alguém me explique como é que um país pequeno e pobre consegue desenvolver-se competindo, com as mesmas “armas”, com países grandes e ricos…

Se a EU é isto, eu não quero mais!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A FOME

Segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), o número de pessoas com fome crónica ascende a 925 milhões.
Com uma criança a morrer a cada seis segundos devido a problemas relacionados com a subnutrição este mundo louco em que vivemos parece preocupado com tudo, menos com esta triste realidade que nos envergonha. Sendo culpa de todos, não deixa de ser verdade que a grande fatia de responsabilidade cabe aos países poderosos e desenvolvidos, cuja grande preocupação continua a ser a “defesa”… A suas apostas económicas privilegiam a indústria e comércio de armamento, cujo penúltimo modelo, é distribuído a granel pelos países pobres, a troco dos recursos que eram necessários para erradicar a fome nesses lugares.
Os países pobres precisam de alimentos, não de armamento!
O modelo de sociedade que tentam impingir-nos é o das maiores potências bélicas e nós, tolinhos, lá lhe vamos comprando a “sucata” (o tal penúltimo modelo), para nos protegermos …nunca deles! (que são os possuidores do último modelo).
Por muitos apelos e declarações de intenção que ouçamos, fico sempre com a sensação que aqueles G 7, 20, 100 … que se reúnem de vez em quando para discutir as grandes questões mundiais, não estão apostados em tomar uma atitude firme e urgente contra a fome, porque ela serve os seus interesses estratégicos... (Um perito da ONU em direitos humanos apelou aos governos para baixarem o preço dos alimentos e combaterem a especulação, mas isto, só com apelos, não vai lá…)
Em Portugal as políticas e programas de combate à pobreza são ineficazes, também, porque continua a haver intocáveis no desumano e vergonhoso padrão de desigualdade que nos caracteriza… O número de pobres mantém-se mais ou menos estacionário nos últimos dez anos. Segundo o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), “o número de pobres que se libertam é igual ao dos pobres que caíram na pobreza”. A pobreza não se combate (só) com esmolinhas. É um problema estrutural que exige mudanças sociais, que segundo diz e eu concordo, vão necessariamente “bulir com situações de privilégios intoleráveis que convivem e contrastam com situações de pobreza e de miséria".

Enquanto isto acontece o preço do ouro sobe a bom ritmo, aumentando a “barriga dos investidores” que se estão a marimbar para a barriga dos famintos… São as leis de mercado, dizem-nos os analistas. (Que se dane este “mercado” e se lixem estes “isentos fazedores de opinião”!).
Enfraquecer o Estado social, com argumentos puramente economicistas descontextualizados, como pretendem Pedro e Paulo ( não são os apóstolos e muito menos os santos, que aparentam ser, não ajuda a resolver o flagelo da fome em Portugal, antes pelo contrário… Também cá, como no mundo, a insensibilidade e a ganância das máfias especulativas impedem que a riqueza se transforme em bem estar. O “monstro capitalista selvagem” não se sacia a ganhar dinheiro. Para existir tem que “garantir” uma legião de desempregados e de famintos, que estejam sempre dispostos a alimentá-lo e a agradecer-lhe a sua própria miséria…
Se nada for feito para humanizar a sociedade, não tardará que entremos em colapso!
Depois…

domingo, 12 de setembro de 2010

Velhice

Hesitei na escolha do título, mas optei por escrever velhice, porque nunca ouvi dizer a um velho “sou geronte”, “estou idoso”, ou estou na terceira idade…mas, pura e simplesmente, estou velho!
Ser velho, para mim, nada tem a ver com trapos, mas sim com pessoas que têm direito a mais respeito e carinho, ao xixi pela perna abaixo, à rabugice, à teimosia, ao Alzheimer, a ser aquilo que são!
Não temos que ter medo das palavras!

Já vi muitos analfabetos tratarem melhor os velhos do que muitos especialistas em geriatria, gerontologia, psicologia, sociologia, antropologia, ciências médicas, pedagogia, terapias ocupacionais e de lazer, farmacologia, etc. etc. e para esses as palavras complicadas só complicam, mesmo. (Daqui envio o meu abraço de muito apreço a todos aqueles que, sem grande formação, tratam os velhos com carinho, todos os dias).
Antes de prosseguir quero dizer que não basta manter os velhos com o coração a bater. Muito menos se tolera que sejam a última prioridade nos cuidados de saúde que ultrapassem o mero receituário de injecções e comprimidos, em que são campeões do mundo e arredores…
Com motivos justificativos ou não, a quase totalidade dos velhos passa os últimos anos da sua vida em Lares, onde pouco mais acontece do que “vegetar” sem grandes dores, à espera que a morte chegue e Deus os leve para Eterno descanso…
Aparentemente, têm tudo - cuidados médicos, alimentação e repouso - mas para muitos deles o que se passa dentro daquelas paredes é tudo menos viver! O mundo passa a ser quatro paredes caiadas (sem cheirinho a alecrim), uma cadeira e uma cama, não havendo grandes diferenças entre os lares caros e os mais acessíveis, parecendo-me até que são os mais caros aqueles em que a vida dos velhos é mais artificial…
O dia-a-dia na maior parte dos Lares está longe de respeitar o direito a uma vida digna e feliz. Nalguns desenvolvem-se actividades que pretensamente se destinam a manter os velhos activos, quase sempre para Inglês ver… O que os velhos precisam é que não lhes cortem o cordão umbilical que os prende à vida anterior e de actividades adaptadas às suas capacidades físicas e psíquicas. É preciso criar rotinas que os movimentem e que assegurem eventos festivos de convívio e de lazer sistemáticos, que é precisamente o que não existe e é “crime”!
Quando visitamos um Lar o habitual é ver velhos sentados a dormitar, raramente a falar, muito quietinhos no seu sítio, aguardando a hora dos comprimidos, de comer e de deitar… Sujeitos à ausência, algumas vezes justificada da família, aquelas pessoas têm cada vez mais tendência para o isolamento. Os responsáveis pela instituição em vez de contrariarem essa tendência, “alimentam-na” com calmantes!
Um corpo parado é um corpo candidato a todo o tipo de doenças, mas parece que isso não preocupa os responsáveis, porque a medicação substitui perfeitamente o movimento, com vantagem para muita gente! Morrer não é grande problema, porque, muitas vezes os herdeiros dão sinais de impaciência e, por outro lado, as listas de espera são extensas.

Manter um Lar ou Centro de dia com VIDA é muito trabalhoso, exige competência e empenhamento e custa dinheiro, mas aposto dobrado contra singelo que o dinheiro que se gasta, em excesso, em calmantes, excitantes, relaxantes e outras variantes, para que tudo ande calminho e ninguém perturbe o silêncio da noite, dava e sobrava para mudar de rumo.
Como querem que durma, de noite, quem passou o dia sentado a dormitar?!
Como querem que não desregule alguém que vive, quase permanentemente, contrariado?!
Alguém me saberá dizer quantos comprimidos, em média, consome um velho por dia?!
Podemos chamar vida aos sucessivos períodos de 24 horas que muitos velhos aguentam entre aquelas quatro paredes, à espera da morte?!
Quem põe fim a esta vergonha?!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fechem a tasquinha

Finjam que estão aflitos para fazer zixi, saiam e voltem só para fazer as continhas…
Como Português, sinto vergonha com as últimas peripécias na FPF.
Portugal não pode ser motivo de chacota pelos sucessivos “escândalos ” que giram à volta da nossa selecção nacional de futebol.

Tenham vergonha meus senhores!
Entreguem as chaves da tasquinha (parece que está tudo com os copitos!) para ver se ainda aparece alguém que seja capaz de a transformar numa instituição credível e prestigiada, à altura de representar Portugal e honrar os nossos pergaminhos.

É certo que o estado do nosso futebol espelha o estado do País, onde há muitos” habilidosos” a dar cartas e muitos outros à espera que chegue a sua vez, mas os últimos acontecimentos são demonstrativos de um total desnorte, impossível de continuar, se restar um pingo de vergonha na cara de quem gere a FPF e dos responsáveis pelo Desporto, em Portugal.

Tudo a que temos assistido é mau de mais para ser admissível. A novela Carlos Queiroz é o culminar do reino da bagunça e da desordem na cúpula, associada à falta de bom senso de quem pensa que, por ter sido campeão do mundo, pode fazer e dizer o que muito bem lhe apetece.

Os últimos resultados de apuramento para o Europeu espelham bem a “tremideira” que se apoderou dos nossos jogadores, muito provavelmente devido a uma falta de liderança competente que seja capaz de fazer voltar as coisas à normalidade…

O “piloto automático” funciona nos aviões, porque eles são devidamente construídos e equipados. Na selecção não resulta, como se viu, porque comparar a integridade estrutural de um avião com a FPF é confundir puro malte de 50 anos com whisky marado !(“tascamente” falando)

É preciso agir! Os destinos do nosso futebol nacional estão mal geridos e o Desporto nacional não está adequado à medida do fato que lhe querem vestir… Há que repensar o nosso Desporto, dispensando os abutres crónicos que o (se) têm servido … substituindo-os por pessoas modernas, íntegras e competentes.
Este modelo organizativo do Desporto Nacional, e, especificamente da FPF, está esgotado. Já deu o que tinha a dar! Com urgência crie-se outro, sem complexos e sem “crónicos”. No campo desportivo, os “crónicos” têm muito pouco de bom para transmitir aos vindouros.
Querer reduzir o nosso “cancro desportivo” ao futebol e à FPF é uma manobra de muito mau gosto, reduzir o que se passa na FPF a um mero contencioso com o seleccionador é algo que só ao diabo lembraria…
As responsabilidades são ao mais alto nível e de nada adianta assobiar para o lado. O contrato com Queiroz, para mim, a ser verdade o que já li, é um caso de polícia!

Aguardemos!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Monstruosidades…

Quero começar por dizer que não acredito na inocência de nenhum dos condenados no processo Casa Pia.
Carlos Cruz, apesar de, juridicamente, não podermos considerar que é culpado antes de esgotados todos os procedimentos a que lhe é permitido recorrer para tentar provar a sua inocência, não é excepção. A monstruosidade jurídica que, segundo afirma, está na base da sua condenação, não é uma hipótese que devamos pôr de lado, mas sinceramente o seu comportamento ao longo destes tempos, parece-me “digno” do mesmo nome, especificamente no que diz respeito à sua estratégia de considerar que o processo Casa Pia se transformou num processo contra si. Todos sabemos que o ex-apresentador (espero que não futuro) era um profissional competente (apesar de também ter dado a cara para vender ilusões aos papalvos, como é o caso do timesharing algarvio), mas daí até tudo isto ser uma “cabala” para o abater, vai uma grande distância, e, é demonstrativo de uma arrogância sem fim, para a qual certamente muito contribuíram os seus doutos defensores que, penso eu, foram também apanhados de surpresa, quando constataram que os seus doutos recursos, que entupiram o processo ao longo destes anos, não conseguiram os efeitos desejados…
Aquela “cena” de nomes de políticos e outros influentes, pelos vistos não passava de mais uma intimidação ao poder judicial! (se sabem alguma coisa que digam de uma vez, para não termos que lhes recordar que estão a fazer precisamente a mesma coisa que condenam)

Confesso que quando vi as “pesadas celebridades” a abandonar o “barco” da defesa daqueles jovens, provavelmente, penso agora, para lhes retirar credibilidade e para que tudo morresse ali, cheguei a admitir que o “processo Casa Pia” descesse às catacumbas judiciais para de lá não sair mais.
Felizmente um advogado, que ouvi Catalina Pestana referir, não retirou o pé do acelerador e prosseguiu na sua missão de demonstrar que a pedofilia na Casa Pia não era uma invenção dos “rapazes”, sendo estes, bem pelo contrário, vítimas, que mesmo com os “avanços” jurídicos no campo sexual, ficarão sempre marcados com graves danos na sua integridade e personalidade.

Os senhores de “gostos esquisitos e criminosos” que, aparentemente, o dinheiro podia satisfazer ficaram a saber que com os “rapazes” da Casa Pia não podem brincar mais, porque isso sai-lhes caro e mete-os atrás das grades. Os especialistas em provocar demoras na aplicação da justiça também ficaram a saber que para defender a lei não são precisos “(re)nomes sonantes”, porque o tempo de quem tem um olho é rei, felizmente , acabou!

Os pedófilos têm que ir para a prisão, no mínimo! (continuo convicto da necessidade de medidas mais radicais, tal como para com os incendiários e outros criminosos).
Nem que seja pouco tempo, como aconteceu com estes arguidos, a prisão será a cruz que terão que carregar a vida inteira, para se envergonharem de si próprios, até ao dia em que “desapareçam”(por mim podem antecipar, à vontade), para descanso das vítimas...

Pedófilos na prisão, já!
Cá para mim era uma medida pedagógica que os seus advogados os acompanhassem a tempo inteiro, pelas sucessivas tentativas de descredibilizar as vítimas, para que tudo não passasse de uma “inventona”, e se castigassem os “caluniadores”…

Não faço ideia dos erros processuais que virão a ser invocados… também não consigo prever as “novelas” a que vamos assistir, mas se o dinheiro dos meus impostos alguma vez servir para indemnizar pedófilos, nesse dia tornar-me-ei incumpridor, e aí, sim, palpita-me que irei preso!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Diálogos do outro mundo…

Venho ter consigo porque abusei de…
Aaalto aí! Nem mais uma palavra sobre isso. Dizem que abusou, mas isso é algo que vamos averiguar e vai ter que ser provado…
Peço desculpa, mas eu abusei…
Da minha paciência?! Não se preocupe com isso. Estou aqui para o ouvir e tentar provar a sua inocência relativamente às calúnias que pendem sobre si…
Então não abusei?
Vamos ver. Para já não, mas as provas o dirão. Confie na Justiça e vá descansado. Hoje mesmo começarei a estudar o seu caso e tomarei as diligências necessárias para defesa da sua honra e bom nome.
Muito agradecido. Não faz ideia o peso que me tirou de cima…

Ele agarrou-me e despiu-me e e e e e …
E e e e o quê?! Desembucha! Agarrou-te despiu-te e …deu-te chocolates?
Sim, mas..
Mas o quê?
Olhe o que ele me fez… Olhe o sangue!
Ele cortou-se? Sujou-te a roupa, mas não ta rasgou!
Pois não, mas eu queria fazer queixa, porque ele ele ele …
Queixa contra quem?
Não sei quem era.
Se não sabes, não posso fazer nada
Mas eu se o vir, conheço-o.
Isso de nada serve, porque ele podia estar disfarçado. Tens a certeza que ele não usava uma daquelas máscaras como aquelas que aparecem nos filmes da televisão, em que uma pessoa parece mesmo outra, que não é?
Acho que não tinha máscara nenhuma.
Tens a certeza. Apalpaste-lhe a cara?
Não.
Então nada feito. Vai-te embora, que eu tenho assuntos importantes para tratar. Se calhar foste tu que lhe pediste os chocolates…

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Urinoenergia

Uma equipa de cientistas de duas Universidades Britânicas conseguiu produzir electricidade a partir da urina. À URINOTERAPIA junta-se agora a URINOENERGIA, para valorizar este precioso líquido que a minha santa avó, às escondidas, usava para regar as couves…
Ávidos, como andam, de dar nas vistas, os PRESIDENTES das mais variadas espécies, não me admira que qualquer dia os vejamos a urinar para um recipiente que publicita uma qualquer marca de cerveja ou jogo de apostas, enquanto, com um sorrisinho à Hollywood fazem uma comunicação ao País sensibilizando o brando povo para a necessidade de apertar o alheio cinto e para o exaustivo aproveitamento dos nossos recursos.
Já vimos presidentes agricultores, construtores, doutores honoris causa, pilotos, manequins, desportistas, artistas, beatos, aforradores e de muitas outras qualidades e disfarces… não tardará (se a descoberta vingar) que vejamos na TV “presidentes em plena micção”!
Se um dos canais televisivos decidir organizar uma concentração de presidentes para esse efeito, já estou a imaginar os dos partidos da oposição a acotovelarem-se para o “boneco” que há-de perpetuar para todo o sempre a sua genialidade urinária. No dia seguinte os jornais destacarão em letras garrafais das declarações de José Sócrates: Fiz mais xixi que Paulo Portas, e o Passos Coelho juntos.
Antes que seja tarde e haja fugas ao fisco, convém criar, desde já, uma “comissão de análise e desenvolvimento” do novo recurso. É que não vai ser nada fácil controlar o xixi dos portugueses que, uma vez descoberta a fórmula de o transformar em gasolina, não vão respeitar os postos de recolha, vão tentar funcionar em paralelo e apostar na “fuga”, para imitarem o que acontece com outras áreas de actividade económica rentável.