quinta-feira, 28 de maio de 2015

Especuladores

Especuladores
Por Celso Neto

Quem cava a sepultura dos valore
Enterra-se nela...meus “ricos senhores”!
Ficar a dever não é justo...
Mas também depende do custo!
Ninguém pode pagar mais do que tem
Quem lhe empresta...é culpado, também!

A sede do lucro é de tal grandeza
Que senta ricos e pobres à mesma mesa
É preciso é que os pobres fiquem sempre a dever
E que trabalhem até morrer!
O capital não sai das “plataformas giratórias”
Todo o resto...são pequenas histórias!

A teoria dos “eternos devedores”
É a estratégia dos especuladores!
É assim que se impede o acesso
Ao “bolo do sucesso”!
Mas...felizmente o capitalismo selvagem
Tem as suas linhas de clivagem...

Entre quem emprestou e quem pediu
Aumentou a inquietude e a diferença diminui!
Os usurários que ditam a lei da selva
Têm que “jogar” mais rente à relva...
Bolinha “colada ao tapete”
Porque graças aos seus exemplos maus
O “Zé” já aprendeu a não fazer o que promete
E já tem antídoto pró veneno dos” lacraus”!

Empresto-te dinheiro para pagares a divida antiga
E veres que isto é tudo gente amiga!
Desta vez é mesmo para pagar...
E por isso o trabalho vai ser a dobrar!
O salário vai ter que baixar...
Porque o “jogo da Economia” não pode aguentar

Os trabalhadores “descartáveis”
Vão ter que ser muito responsáveis!
Se te portares como deve ser
Vais ver
Que não te vais arrepender!
Há prémio para os bem comportados
E prémio extra para os que ficam calados!
Para os que levarem empresas públicas à falência
Haverá prémio de permanência!



quarta-feira, 27 de maio de 2015

Se eu decidir ser ladrão

Se eu decidir ser ladrão...
Onde posso fazer a formação?
Formação financiada!
Porque não quero pagar nada!
No “arco da governação”...
Não!
Uma boa opção...
Talvez seja a prisão!
Direitos, garantias, cama, mesa e roupa lavada
Trabalho...nada!

Já tentei fazer uma coligação
Com alguns filhos da Nação
Que “limparam” até mais não
E escaparam à investigação
Mas pra isso é preciso “cartão”
E isso, eu não tenho, não!

Tentarei ser ladrão sério...de raiz!
Daqueles que escapam sempre por um triz
Usarei sempre artigos de marca...
(Os ladrões pobres vão pró raio que os parta!)
Aprenderei a falar bem
Como o fazem os filhos da “mãe”!

Requererei isenção de impostos e contribuições
Tal como os “figurões”
Guardarei o pecúlio em offshores
Tal como os grandes senhores
Terei um “exército” privativo
Para quando for mal sucedido!
Terei uma frota topo de gama
Pisarei os corredores da fama
Terei estatuto de dirigente
E espaço para empurrar prá frente!

Se alguém souber de algum lugar
Onde poderei tirar o certificado
Faça favor de me avisar...

Muito obrigado!

terça-feira, 26 de maio de 2015

O papá chama-se Bé

Dizem-me que sou Português
Mas eu sinto-me Ganês
Vivo numa zona chique
Ali pró Campo de Ourique
Numa vivenda com jardim
Feito de propósito pra mim...

O papá chama-se Bé
A mamã chama-se José
Je suis un “bébé-eprouvette”
Nascido duma “punhette”
Feita por uma maquineta
Para dentro de uma pipeta!

O papá trata-me bem
A mamã também
Mas eu sinto-me mal
Apesar de ser legal
Gostava de uns pais a valer
Isto assim...faz-me sofrer!

Sou um rapaz de olhos castanhos
Por vontade de estranhos...
Sou bonito e eclético
Graças ao saber de um médico
Sou um aluno distinto
Com sete anos...estou no 5º!

Escrevo e falo em três idiomas
Alimento-me de hormonas
Sou um “ás” da tecnologia
...Mas não era isto que eu queria!
Se a loucura não termina...
Vou ter que ser Felismina!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O bruxo de Fafe

O FCP cometeu mais uma gaffe
Quando contratou o bruxo de Fafe
Devia ter contratado uma mulher
A “abelha” Maia ou outra qualquer
Um gay ou uma lésbica a enfeitiçar
Também era capaz de resultar...

Assim foi um fracasso estrondoso
E quem agradece é o “Glorioso”!
Quem acredita em bruxas e feiticeiras
Coitado! Perdeu as estribeiras!

A “latifundiários” dos cifrões
Gostam de semear estas ilusões
Tudo para nos fazer acreditar
Que a Vida é uma questão de sorte ou azar!
E que existem poderes sobrenaturais
Para uns terem menos e outros mais!

O pagode diverte-se a valer
Quando vê o seu clube vencer
Até se esquece de pensar...
Só volta a lembrar-se quando vai trabalhar!

Os mais ferrenhos e aficionados
Algumas vezes entram em desordem
E só percebem como “elas” lhe mordem
Quando lhe amaciam os costados...

Pobre Povo macambúzio e triste
Incapaz de por o dedo em riste
A quem lhe rouba a dignidade
E entra em desacatos numa festa na cidade!

Empataram os morcões
Empataram os lampiões
Uns são campeões
Os outros ficam com as suas razões!
No futebol, a vitória que a todos agrada
É vitória...e mais nada!
A derrota é a vitória dos rivais

É derrota...e nada mais!

domingo, 17 de maio de 2015

Morcons

Oh meu morcon:
Num tinhas razon
O FCP num podia ser campion!

...foi maldiçon!
Equipa de luxo...treinador bom...
Mas as “coisas” não correram de feiçon
Porque os árbitros dum con
Num beem os penalties... filhos dum cabron!
Que raiba, cazia, cafliçon!

Vou morrer do coraçon
Quando oubir a cançon
“Benfica é campion”!
“Ser Benfica é um dom!
Pon, pon, pon, pon!

 Jesus!!!
Estou mesmo a ber como bai ser na Luz!
Bibas ó Bieira
E à família benfiquista inteira!
Que grande emoçon...
Quase me apetecia ser lampion!

Cala a loja morcon
O FCP não ficou em primeiro, mas é campion!

E isso é bom?

Claro que non, meu morcon!
...mas o FCP é uma naçon!
Mal gobernada por aquele Lopotegon!

Até o meu com
Sabia que o FCP non era campeon
Punha-se a ladrare na “baranda”
De focinho à banda...



VIPs

Os “importantes” a responder em Inglês
Fazem-me rir a bandeiras despregadas
Para mim isso significa pequenez 
Somatório de zeros com nadas...
Gostava de ouvir falar Português
A essa gente (quase sempre) de baixo jaez

Detesto os que se vendem à lógica dos milhões
E se armam em anglo-saxões
Secundarizando a Língua de Camões!
Fazem-me lembrar os “apagadores” da história
Que retiram os antepassados da memória
E passam a patacos “heranças ancestrais”
A quem der mais!

Podem ter tudo o que lhes apetecer...
Mas nunca mais são donos do que podiam ser
Isso já é propriedade
De quem lhes alimenta o egoísmo e a vaidade!

São “exemplos” bem-sucedidos”
Do “mercado” adormecedor dos sentidos
O dinheiro é o Deus Supremo
Os Valores estão no outro extremo!
São capazes de vender a avó
Com o argumento de que ela vive só
E assim vai viver acompanhada...
...E não lhe vai faltar nada!

Querem ser donos do mundo e arredores
E vivem convencidos que são os melhores
Alguns só quando chegam ao fim da estrada

É que descobrem que são: - quase nada!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Dona Justiça

Dona Justiça era uma velha senhora que adorava festas. Contava-se que festa onde ela não estivesse presente, não era festa nem era nada.
Dizia-se que era natural de Lugar dos Burros e pertencia a Boas Famílias.
Falecida nos tempos da minha avó, aqui recordo uns versos que ouvi cantar a seu propósito:

Embrulhada em seu manto preto
Dona Justiça passeia-se vaidosa pelo arraial
Às perguntas responde: - Não prometo!
Sou única! Sou Bela! Nunca sou igual!
O seu corpo esbelto esconde segredos
Na sua mente não existem medos!
Descarada até “não mais”
Reclama para si valores ancestrais
Tem hábitos de gente fina
Quando faz sexo, fica sempre por cima!
Delicia-se a espreitar, sem ver nada
Atrás da sua cortina dourada!
Tropeça nos ciscos, ignora as trancas
As nuvens escuras para ela são brancas!
Aprecia os doces, não come salgado
E com as gorduras tem muito cuidado!
Aprecia mordomias e o fausto dos salões
Adora fazer bluff e dar “sermões”!
É misteriosa, quase incompreensível
Vastas vezes” tem falta de nível!
Entretém-se a brincar ao faz de conta
É muito rigorosa em coisas de pequena monta!
A família vive muito preocupada
Porque está a tornar-se muito descarada!
Curte neblinas...ao nevoeiro faz vista larga

...e o Nobre Povo é que as amarga!

domingo, 10 de maio de 2015

Cova de Iria

Desígnios e mistérios...
Negócios menos sérios
Liberdade de opção
Para o “rebanho”cristão...
Uns acreditam, outros não!

Pecado, perdão, fé e esperança...
E a Igreja  a encher a “pança”!

Para ganhar a salvação e aliviar a dor
Promete-se dinheiro ao Senhor
Que se dá aos santos e santas
Que a troco de nada
(Para nos valer), “intermedeiam até às tantas”
Da madrugada...

Com mais ou menos engenho e arte
Padres, bispos e cardeais arrecadam a sua parte...
Os intermediários
Até no Céu são necessários...
A rezar em procissão
A barriga esquece o pão!

O Vaticano
Santifica o dinheiro profano!
Que numa dádiva libertadora
O povo entrega a nossa Senhora
Perdido neste oásis da alta finança
O Papa Francisco não entra na dança...
Louvada seja a sua pureza
Mas valerá de pouco, tenho a certeza!

Os media...rigorosos e isentos
Dão ampla cobertura aos “mega religiosos eventos”
Assim a modos que a dizer
Vejam, mas é só para quem quiser!
Estamos aqui para “cobrir” o milagre
Se acredita...cada um é que sabe!

Morrem os peregrinos a cumprir promessas
Mas a Igreja não se mete em coisas dessas...
Limita-se a garantir que para qualquer oferta
Haja sempre uma “porta” aberta!
...Para mim a mais patética
É a vela elétrica!

O importante é que o pataco
Seja depositado no “buraco”...
E que a cera arda a rodos
Para ser reaproveitada e ganharem todos...

Unidos pela fé e em procissão com velas acesas
Em honra e louvor da Virgem Imaculada
Esquecem-se as angústias, morrem as tristezas
E até a dor...já não dói nada!
Fátima é assim...
Pozinhos de perlimpimpim!
Folclore sem fim!
Qualquer dia a Missa será cantada em fado
Com o Ronaldo a dar toques e a ser filmado!


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Dia Internacional do Burro

Honras ao burro no seu dia internacional
Apetecia-me dizer porra...mas parece mal!

Há os burros finos e os de carga
Os da fibra ótica e os da banda larga...
Há os rafeiros e os de raça apurada
Os que trabalham e os que não fazem nada
Há os que se enfeitam com fatos e gravatas
E, imaginem...até os há de quatro patas!
É uma espécie em franco crescimento
Disseram-me que os há até no Parlamento!
O meu vizinho que é um estafermo
Disse-me que há muitos no Governo!
Um dia destes chegou-me aos ouvidos
Que os há bem “colocados” nos Partidos!
Há quem diga que os burros metem cunhas
E muitos deles até arranjam as unhas!
Há alguns “disfarçados” de sábios
E há também dos que pintam os lábios!
Há asininos “lésbicas e gays”
E há os burros dos carrosséis!
Viva m os burros em vias de extinção
Mas os outros...Não!


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Lista de pedófilos

Para mim:
Lista? Sim!
E já...
Porque os pedófilos não deviam andar cá!
Por crimes hediondos que conhecemos
Morte digna...não pode ser menos!

Quem pratica atos desta natureza
Sabe que faz mal, tenho a certeza
Se soubesse que está sujeito a pena de morte
Talvez as crianças tivessem mais sorte!
As listas ajudam a refrear-lhes a vontade...
...não me venham falar em Constitucionalidade!

Há listas de espera e de devedores
Dos melhores do mundo...e arredores
Mas de pedófilos, nem pensar em tal
Porque é anticonstitucional!
Os direitos dos criminosos têm que ser salvaguardados
Os dos outros podem ser ignorados

Como é o caso dos pobres e dos desempregados...

sexta-feira, 1 de maio de 2015

“Coitadinhos” dos pilotos da TAP

Piloto de aviação
Não!
É uma classe desfavorecida...
E mal compreendida!
Aquelas mentes iluminadas
Vivem num País de fadas!
Os “galões dourados” na manga
Fazem lembrar “generais da tanga”!

“Parlapiê” não falta
Àquela malta!
Mordomias também não
Mas...quer ser “patrão”!
Querem a TAP vendida barata
E beneficiar da negociata?!
Quem paga a fatura são os portugueses
Como aconteceu das outras vezes...

Se a TAP acabar
Eles têm para onde ir trabalhar...
Os que não têm
Que se “amanhem”!
Quem tiver que viajar
Que espere, até a greve acabar!

Espero que haja pilotos com bom senso
Que minimizem este “rombo” imenso
Quem vive de um pequeno ordenado
Ou está desempregado
Não pode continuar a pagar e ficar calado!
Não tiro o meu chapéu a este Sindicato
Que faz de Portugal gato-sapato...

O estrugido cheira-me a esturro
Mas, se calhar, sou eu que sou burro...
E a greve é feita de boa-fé
Para manter a TAP em pé!!!